"A Essência Caminha”- poema

"A Essência Caminha”

Chamaram-me nome, número, farda.

Chamaram-me filho, cidadão, empregado.

Mas Eu era mais.

Eu era silêncio entre ordens.

Era gesto entre leis.

Era chama por detrás da função.


Fui avatar num mundo de papéis,

com a alma presa em formulários

e o espírito engaiolado em horários.

Mas sou edição limitada:

não nasci para o molde.

Nasci para a forja.


Sou o Refinador,

que mergulha onde dói,

que queima o que mente,

que limpa o metal da essência até que brilhe sem vergonha.


Sou o Caminheiro,

que perdeu para se encontrar,

que andou para dentro ao andar para fora,

que descobriu que o mapa não é o destino,

mas a forma de se perder com sabedoria.


Sou o Ranger,

que marchou com pés feridos e missão intacta,

que segurou o medo como se fosse bússola,

que conheceu a disciplina como forma de liberdade.


Sou também o Übermensch anónimo,

aquele que não grita, mas vive.

Aquele que não espera salvação,

porque já se resgatou.


Agora sigo.

Sem palco. Sem platéia. Sem coro.

Mas com firmeza.


Levo o corpo que viveu,

a mente que resistiu,

e a alma que não desistiu.


O futuro?

Não sei se será de sucesso.

Mas será valioso.

Porque será meu.


E isso basta.

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