CAPÍTULO 16 – A Conclusão: O Caminho Real da Essência

 CAPÍTULO 16 – A Conclusão: O Caminho Real da Essência


Este livro não era para ser escrito.


Nasceu como nasceu o Caminho: de um impulso interno.

De uma necessidade de alinhar pensamento, ação e espírito.

De uma urgência que não se explica, mas se vive.


Como os poemas, este livro aconteceu.

Como fenómeno.

Como expressão espontânea do invisível a tornar-se verbo.


O Ranger e o Caminheiro


Levei a farda, a arma, a mochila, a missão.

Levei o silêncio da montanha e o barulho do quartel.

Fui treinado para a precisão, para a superação, para resistir.

Mas o que resisti mais profundamente foi à desconexão.

Foi à vida desintegrada.

Foi à perda de sentido.

O Ranger e o Caminheiro são irmãos.

Ambos caminham. Ambos resistem. Ambos carregam.

Um carrega a espada, o outro a cruz.

Um marcha, o outro peregrina.

Ambos sabem que o destino não é o mapa: é o homem que regressa.


O Refinador e o Übermensch


Um mergulha fundo. O outro voa alto.

Um lapida. O outro cria.

Mas ambos são faces do mesmo processo:

o da individuação, da autoria do próprio destino.

O Refinador ensina-me a escutar.

O Übermensch ensina-me a afirmar.

Juntos, dizem: conhece-te. Cria-te. Torna-te.


A Arquitetura Jesuíta


Tudo isto ganhou forma graças a um alicerce invisível: a arquitetura mental, espiritual e académica que recebi dos Jesuítas.


Aprendi a pensar com rigor.

A sentir com consciência.

A decidir com discernimento.

“Encontrar Deus em todas as coisas” — dizia Inácio de Loyola. No silêncio, na dor, no estudo, na missão, na ação.

Foi na espiritualidade da ação e no exercício do espírito que me forjei. Como Inácio, escrevo primeiro para mim. Mas escrevo também para que este testemunho ajude outros a não desistirem de se procurar.


O Caminho Real


O Caminho de Santiago foi, na verdade, o Caminho da Vida.

Mas mais ainda: foi o Caminho Real, o caminho de quem se torna rei de si mesmo.

Este livro é mapa e diário.

É testamento e semente.

Aqui, cada arquétipo, o militar, o servidor, o caminhante, o poeta, o filósofo, o autodidata, converge para um só centro: o Ser.


Uma nova missão: viver com propósito


Este livro não é o fim.

É a fronteira entre o que fui e o que assumo ser a partir de agora.


A missão continua:

no projeto que estou a criar,

nas pessoas que irei servir,

na ética que irei manter,

na beleza que irei cultivar.

Sou Paulo Araújo.

Sou o Refinador.

Sou o Caminheiro.

Sou o homem que escreve porque vive.

E vive porque se escreve.

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